Nos Jogos Olímpicos de Pequim, Brasil e Rússia se encontraram pela primeira vez em 2008. Em um duelo repleto de história devido à grande rivalidade entre as equipes, a seleção brasileira mostrou que realmente está amadurecida e pronta para conquistar o inédito ouro olímpico. Depois de algumas quedas marcantes diante das russas, as brasileiras entraram agressivas nesta segunda-feira e venceram por 3 sets a 0, com parciais de 25/14, 25/14 e 25/16. Trauma de Atenas? Parece que não mais...
Com duas vitórias, somando quatro pontos, o Brasil lidera o Grupo B. Se vencer a Sérvia na madrugada da próxima quarta-feira (às 3h30m de Brasília), a seleção brasileira já se classifica para a fase seguinte. Isso porque as Olimpíadas consistem em quatro etapas: preliminar, quartas-de-final, semifinal e final. Na primeira fase, as seis equipes de cada grupo se enfrentam entre si. As quatro primeiras de cada chave vão à próxima etapa. A partir das quartas, os confrontos passam a ser eliminatórios até a decisão da medalha de ouro. Os perdedores das semifinais enfrentam-se na disputa pelo bronze.
Nada de vingança ou trauma: só a vitória
Sobre o trauma em 2004, foram as russas quem impediram as brasileiras de chegarem à final. Até hoje, a fatídica semifinal lembrada pelo ‘famoso 24 a 19’ atormenta a seleção brasileira. Além disso, em 2006, no Campeonato Mundial, a Rússia entrou no caminho do Brasil e abocanhou o ouro. Em 2007, no Grand Prix, mais uma vez as ‘gigantes’. Esta derrota, no entanto, foi a gota d’água para o técnico José Roberto Guimarães. Na ocasião, aos berros, ele perguntou para as suas jogadoras até quando elas iriam se intimidar. Parece que, com a convincente vitória desta segunda, essa história acabou.
A seleção feminina do Brasil manteve boa parte da base das Olimpíadas de Atenas para buscar o inédito, e tão almejado, ouro em Pequim. Para o jogo contra a Rússia o técnico Zé Roberto listou a levantadora Fofão, a oposta Sheilla, as ponteiras Paula Pequeno e Mari, as centrais Fabiana e Walewska, além da líbero Fabi. Embaladas pela conquista do heptacampeonato do Grand Prix, as meninas deram um show.
Rússia não ameaça em nenhum set
Conhecidas como ‘gigantes’, o primeiro ponto das jogadoras da Rússia foi de bloqueio. O momento assustou: a muralha vai parar o Brasil? Mas o susto durou pouco... A seleção brasileira não se abalou com o toco e colocou seu jogo em quadra. Bem na defesa, elas souberam usar o fundamento como a principal arma. Além disso, Fofão, a mais experiente da equipe, fez o possível para tirar o seu ataque do bloqueio russo. O Brasil esteve a frente do marcador durante todo o primeiro set, chegando a colocar seis pontos de vantagem: 17 a 11.
Fofão, uma das principais jogadoras em quadra, sobe no bloqueio com a central Fabiana
Uma linda largada de Sheilla deu o 18º ponto para a seleção. Após uma virada pelo meio de Fabiana, o técnico da Rússia Giovanni Caprara tirou Gamova do jogo. Em resposta, Zé Roberto pôs Sassá para sacar. Bom para o Brasil, que chegou a 20. Administrando a boa vantagem, a seleção venceu por 25 a 14.
O Brasil continuou dando um passeio na Rússia no terceiro set. Sem perder a frente do placar, Fofão orquestrou muito bem o ataque brasileiro. Pelo outro lado, o técnico da Rússia foi à loucura com a sua levantadora Sheshenina, que não tirava as bolas do bloqueio da seleção brasileira. Com 20 a 11, Paula Pequeno deu lugar a Jaqueline. Na seqüência, Thaisa entrou. Pela primeira vez na partida, as russas chegaram ao 15º ponto, mas já sabiam que não tinham mais chances, pois era match point para o Brasil. E em uma largadinha no fundo da quadra da novata meio-de-rede, as brasileiras fecharam em 25 a 16.
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