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26 de nov. de 2008

Em vídeo, torcedor do River assume autoria de assassinato

Assassinado em meio a um confronto entre duas facções da torcida do River Plate denominada Los Borrachos del Tablón, Gonzálo Acro morreu em agosto de 2007. Mais de um ano depois, um dos barra-bravas do time argentino enviou um vídeo ao diário Olé assumindo a autoria do crime.
Foragido da polícia, Ariel Alberto Luna, conhecido como "El Colo", aparece mais magro, de óculos e cabelo tingido. Comparado com fotos antigas, parece outra pessoa. No vídeo, ele se diz integralmente responsável pelo crime e tenta desvincular outros acusados.


O Olé especula que a iniciativa de Luna seja uma artimanha para arrecadar algum dinheiro entre os comparsas antes de cumprir o mínimo de 25 anos de prisão pelo assassinato. No vídeo, o jornal identifica "algumas coisas coerentes e outras facilmente refutáveis".

Luna explica que decidiu falar para esclarecer a história e diz que várias pessoas que não estavam envolvidas com o crime acabaram atingidas. "Ninguém armou nada, ninguém mandou matar ninguém, ninguém organizou nada", diz o torcedor no vídeo enviado ao jornal. O suposto assassino cita a briga interna pela disputa do controle da torcida e externa sua versão dos fatos.

"Eu fiquei na esquina e vi dois chegando. Um era Gonzalo Acro. Discutimos e ele veio para cima, me deu uma trombada, brigamos. Aí eu saquei a arma e tratei de me defender. Estava apontando para baixo, quando brigamos levantei e quando a outra pessoa quis tirá-la de mim, aconteceu o que aconteceu", diz Luna.

Em seguida, o suposto assassino teria fugido de carro e o acompanhante de Gonzalo Acro, Gastón Matera, teria saído correndo. "Ninguém me mandou nem me pagou para matar ninguém, nem sabiam que eu andava armado", diz o torcedor.

Luna diz que começou a portar a arma após uma briga entre as duas facções da torcida no estacionamento do Momumental de Núñez, em maio do ano passado. "Estava com meu filho no meio de todo esse problema. Desde esse dia, decidi andar armado, também pelos problemas que trazia da cadeia e outras coisas", explica.

O torcedor faz questão de deixar claro que outros acusados não teriam participado do crime. "Alan, William e Pluto, que estão detidos, não têm nada a ver, nem sabiam que estávamos aí. E o Ovelha, Cuca e Kevin (acusados de estar com Luna no local do crime) são pessoas que não estão acostumadas com essas coisas", argumenta.

Luna classifica o assassinato como "um acidente e nada mais". O vídeo tem quatro minutos e, pelos lapsos de tempo, parece editado. De acordo com a interpretação do Olé, a idéia do torcedor é convencer a Justiça de que o plano inicial era dar um susto em Acro, mas não matá-lo.

Em sua análise, o jornal cita o Código Penal, segundo o qual em um crime não planejado cada um responde apenas pelo que foi fazer. Desta forma, os outros acusados seriam responsáveis apenas por lesões, porque supostamente pretendiam somente bater em Acro.

Por outro lado, o Código diz que o indivíduo deve imaginar o que pode acontecer. Se a pessoa anda acompanhada por alguém armado e com uma ficha criminal extensa como a de Luna, é factível que um susto termine em morte. Sob esse ponto de vista, todos voltam a responder pelo assassinato.

Caso Luna se apresente à polícia e os outros acusados confirmem sua versão, a suposta estratégia pode funcionar. No entanto, o Olé lembra que a perícia não apontou indícios de briga e diz que Acro tomou um tiro na perna e depois foi morto enquanto estava no chão.

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