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6 de dez. de 2008

Quero ser campeão no Fla, diz Vagner Love

Ídolo no CSKA Moscou com 85 gols em 161 jogos nos quatro anos que atua na equipe russa, o atacante Vagner Love não pretende voltar tão cedo ao futebol brasileiro. Mesmo já tendo demonstrado todo seu carinho pelo Palmeiras, quando levou a equipe de volta à primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2003, e até pelo rival Corinthians, em 2005, quando o atacante chegou a admitir que gostaria de vestir a camisa alvinegra, é para outro clube do País que o matador se declara.

Nascido em Bangu, Love admite que quer vestir a camisa do Flamengo, seu clube do coração, e conquistar títulos. "É um sonho que eu tenho. Jogar no Flamengo. Sou novo, tenho apenas 24 anos e tenho muitas coisas para fazer. Ainda quero voltar para o Brasil para defender o Flamengo e conquistar títulos. Sou Fla desde pequeno", admitiu o jogador, em entrevista ao Terra.


Love aproveitou para esclarecer o que ocorreu com o Corinthians em 2005. Na época, a equipe alvinegra tinha o MSI como parceiro e montou uma verdadeira seleção para disputar o Campeonato Brasileiro daquele ano. Os argentinos Carlos Tevez e Javier Mascherano e o atacante Nilmar eram apenas três das principais estrelas.

Além de Love dar entrevistas praticamente como jogador do time do Parque São Jorge, já havia camisas à venda com o nome e o número do atacante, dando como certo o mais novo reforço. No entanto, a contratação não foi feita e, segundo o atleta, por causa do "oba-oba" criado na época.

"Aconteceu que fizeram muito oba-oba. Falaram que iam chegar aqui, comprar meus direitos, mas nunca chegou proposta oficial. Eu ia, falava com o presidente do CSKA e ele dizia que não ia me liberar porque não tinha proposta¿, explicou, lamentando o fracasso na negociação.

Love admitiu que gostaria de voltar ao Brasil naquele ano, já que a adaptação na Rússia estava difícil. "Não deu certo minha volta. Tinha vontade de voltar, mas não aconteceu. Depois daquilo comecei a me adaptar melhor e engrenei. Na entrevista que dei, falei da vontade que tinha de ir para o Corinthians", afirmou.

Quando perguntado se essa situação atrapalhou sua ótima relação que tinha com a torcida do rival Palmeiras, Love acredita que não e que se tivesse que voltar para o clube do Palestra Itália, retornaria sem maiores problemas.

"Não acho que isso atrapalhou minha relação com a torcida do Palmeiras. Sei que os torcedores ficaram magoados. Mas se hoje eu voltasse para o Palmeiras, a torcida me receberia de braços abertos", comemorou.

"Mágoa eu não guardo (do Palmeiras). Foi o time que meu deu possibilidade de crescer e de ser o que sou hoje. Gostaria de ter ficado mais, sim. Se eles tivessem feito o que pedi, talvez fosse diferente, ficaria mais no Brasil. Na época eu pedi aumento e o Palmeiras falou que não ia dar.

Pensei muito na minha família e por isso vim para a Rússia, mas não me arrependo de ter vindo para cá. Fiz a escolha certa. Se não viesse não teria ganhado títulos como Copa da Uefa e disputado a Copa dos Campeões", completou.

Com a camisa alviverde, Love jogou 68 jogos e marcou nada menos que 47 gols. Nos dois anos no clube paulista, o atleta foi o maior goleador da Série B do Campeonato Brasileiro de 2003, com 19 gols, e do Paulista do ano seguinte, com 12.

Bicampeão da Copa América (2004 e 2007), o atacante ficou de fora das últimas listas do técnico Dunga na Seleção Brasileira, mas não se incomoda com a ausência e já está de olho na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Love acredita que os vários gols que vem marcando no Campeonato Russo sejam peça-chave para seu retorno à equipe verde e amarela.

"Sonho em disputar uma Copa do Mundo e ser campeão", admitiu, antes de defender o técnico Dunga, muito criticado à frente da Seleção. "Todo treinador vai ser cobrado na Seleção e por não ter treinado nenhum time, mais ainda. A Seleção não está mal, fez um ótimo amistoso com Portugal. Tem que dar tempo ao tempo. Ele vai conseguir. E eu também. Se Deus quiser vou trabalhar para estar na lisa dele para Copa de 2010. Esse é meu pensamento", completou.

Mais uma vez, o artilheiro comentou sobre a diferença entre atuar em um time e em uma seleção repleta de craques. Isso explica a grande quantidade de gols na Rússia e a escassez com a camisa verde e amarela. "Por eu ser um dos principais jogadores do time, acho que as pessoas dão mais a bola para mim, jogam em minha função. Na Seleção é diferente. Os melhores jogadores do mundo estão lá. O esquema tático é diferente também. Aqui é de um jeito e lá é de outro. Muitos gols que eu fazia no Palmeiras, eu faço aqui, mas não na Seleção".

Como bom carioca, Love admitiu que o frio russo faz com que as saudades de uma praia aumente, mas garantiu que já está 100% adaptado com Moscou. "É claro que o frio é um problema, mas consegui me acostumar. Fora o frio e a língua, a gente tira de letra. Sinto falta de uma praia sim, dos amigos, mas vale a pena. Sei que toda essa experiência será boa para meu futuro".

Mesmo com todas as dificuldades, Love declarou estar muito feliz no CSKA, mas não esconde seu desejo de transferir-se para o futebol espanhol, italiano e, principalmente inglês. "Tenho contrato até meio de 2011, mas se aparecer uma proposta boa, conversarei com o presidente do CSKA porque será uma oportunidade única. Será importante para mim, disputar outro campeonato será bom para minha carreira. É claro que tem os países que gostaria de jogar, como Espanha, Itália, Inglaterra. O nível do futebol inglês é um dos melhores do mundo e agora com tantos brasileiros ajuda".

O matador acredita que o futebol russo evoluiu muito. Prova disse é o desempenho da seleção do país na Eurocopa deste ano, quando chegou à semifinal da competição continental, sendo eliminada pela Espanha, então campeã. "Vai crescer muito o futebol russo, as portas estão se abrindo cada vez mais para estrangeiros e brasileiros. Daqui a uns dois ou três anos a Rússia será uma potência no futebol. Na Eurocopa, a Rússia teve um ótimo desempenho e mostrou que tem condições de ser uma das melhores da Europa", decretou.

Quando questionado sobre qual havia sido seu melhor companheiro de ataque em toda sua carreira, Love citou dois nomes e surpreendeu. O artilheiro elegeu Edmilson, que participou da campanha do retorno do Palmeiras à Série A, e o atacante Jô, como os dois melhores na posição. "O Edmilson foi um excelente companheiro, mas dos últimos foi o Jô, que eu me entendi melhor. Acho que é porque fora de campo éramos muito amigos e dentro de campo isso ajudava", concluiu Love, sobre o ex-corintiano que hoje defende as cores do Manchester City.

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