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27 de ago. de 2008

Após ouro, Mari pede desculpas por desabafo

Um dos destaques da Seleção Brasileira na conquista da medalha de ouro do vôlei em Pequim, a ponteira Mari pediu desculpas nesta quarta-feira pelo desabafo feito logo depois da vitória na final contra os Estados Unidos. A jogadora, que havia sido considerada uma das protagonistas da derrota brasileira para a Rússia, na semifinal em Atenas, quatro anos antes, pediu silêncio depois da vitória por 3 a 1 sobre as norte-americanas.


"Eu peço desculpas se eu ofendi alguém, mas só eu sei o que eu passei. Foi um momento de muita pressão na minha vida e a medalha, é lógico, simboliza a recuperação", disse Mari.
Em 2004, o Brasil chegou a ter cinco match points na semifinal contra a Rússia, quando vencia por 2 sets a 1, nas semifinais dos Jogos de Atenas. No entanto, a Seleção desperdiçou todos eles, acabou levando a virada e ficou de fora da semifinal.

"Foram quatro anos difíceis, pois o jogo contra a Rússia passava a todo momento pela minha cabeça. Eu não tinha como esquecer aquela Olimpíada", afirmou Mari. Para a ponteira, a experiência acumulada em 2004 foi importante para ter mais tranqüilidade para os Jogos de Pequim. "Em 2004, eu nem me imaginava indo para uma Olimpíada. Eu fui sem saber como era disputar os Jogos. Estava bem no Brasil, mas a convocação foi uma surpresa na época. Hoje, tenho 25 anos, sei que a responsabilidade é outra e eu preciso chamá-la para mim", declarou.

A líbero Fabi também destacou a pressão vivida pela Seleção feminina depois da derrota nas
semifinais de Atenas. "Foram quatro anos de pressão, de muita dificuldade. Como somos brasileiras e torcedoras, queremos mais do que ninguém uma medalha de ouro. Como os resultados não aconteceram, houve uma cobrança muito grande dentro do próprio grupo, e não apenas dos brasileiros em si", disse.

O técnico José Roberto Guimarães, por sua vez, mostrou sempre seu semblante tranqüilo, confiante com o trabalho desempenhado por suas atletas. Tanto que até evitou de falar muito com as jogadoras, para não atrapalhar durante a competição.

"A Paula Pequeno até comentou comigo um dia: 'você não fala nada com a gente'. E eu respondi que tudo estava indo muito bem. Não tinha o que falar, caso contrário eu até poderia estragar o que vinha sendo feito". disse Zé Roberto.

"Eu nunca me senti tão tranqüilo na competição. Tudo estava correndo tão certo que era uma questão de tempo para chegar a medalha", explicou.

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