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4 de set. de 2008

Campanha ruim do Atlético-MG afeta comemorações do centenário

Programação elaborada pelo departamento de marketing teve de ser revista em função dos resultados negativos do time em campo.


O centenário do Atlético-MG foi planejado para ser um ano para aumentar as fontes de renda, melhorar a receita do clube e ampliar a paixão alvinegra pelo time. Na prática, no entanto, isso não aconteceu. Sem a conquista de títulos na temporada, a recente eliminação na Copa Sul-Americana e a má colocação no Campeonato Brasileiro, boa parte das ações de marketing atleticanas precisaram ser revistas ou adiadas.

"Alguns ajustes tiveram que ser feitos, em função do momento que o clube vive. Mas o planejamento vem sendo cumprido, praticamente com 80%, 85% do que foi planejado inicialmente. Algumas atividades previstas acabam perdendo o sentido, por exemplo, em termos de shows e comemorações", reconheceu o coordenador comercial de marketing do Galo, Daniel Imai.

No início do ano, o Atlético-MG planejou mais de cem atividades que seriam desenvolvidas ao longo da temporada. Aconteceriam eventos institucionais, festas para a torcida, shows, lançamento de livros, produtos especiais e medalha comemorativa, concursos, campanhas, amistosos internacionais, homenagens e exposições de acervo histórico, entre outras ações.

Alguns eventos aconteceram, outras não. As atividades voltadas para o torcedor se concentraram no mês de março. Na virada de 24 para 25, dia da fundação do clube, Belo Horizonte, na ocasião, vivenciou o espírito festeiro e apaixonante do atleticano.

Os torcedores passaram a noite na sede de Lourdes em contagem regressiva para o centenário. Pela manhã, houve alvorada de fogos na Praça Sete, centro da cidade, e uma homenagem aos fundadores do alvinegro no Parque Municipal, local considerado o marco zero da fundação do clube.

No dia 26, o Atlético-MG organizou uma megafesta no Mineirão. A banda baiana Jammil e Uma Noites agitou o torcedor atleticano antes da partida amistosa contra o Peñarol, do Uruguai. O jogo terminou empatado em 1 a 1.

Frustrações
Daí para frente, o marketing alvinegro previa novas comemorações que seriam realizadas em caso de títulos. No Campeonato Mineiro, o Atlético chegou à final, mas acabou superado pelo rival Cruzeiro após uma humilhante derrota no primeiro jogo, por 5 a 0. Na segunda partida, outra derrota, dessa vez, por 1 a 0.

A participação do Atlético-MG em outras duas competições, que a diretoria depositava esperanças de títulos, também terminou em decepção para a torcida alvinegra: Copa do Brasil e Sul-Americana. Em ambas, o algoz atleticana foi o Botafogo, que, na semana passada, impediu com uma goleada por 5 a 2, no Mineirão, que o Galo chegasse, pela primeira vez, à fase internacional do torneio.

Perguntado sobre a revisão no cronograma atleticano para o centenário, o presidente Ziza Valadares foi taxativo. "Isso foi revisto há muito tempo atrás", afirmou o dirigente, em entrevista na Cidade do Galo, após mais um resultado ruim do Atlético na temporada: empate em 1 a 1 com o Goiás, dia 21 de agosto, no Mineirão.

Inicialmente, o clube previa a realização de diversos shows antes e nos intervalos dos jogos. O chamado Show do Centenário, um megaevento parecido com o realizado na partida contra o Peñarol, que aconteceria em julho, foi cancelado.

"O momento não era tão propício. Demandaria um investimento, que a gente já tinha conseguido levantar junto a patrocinadores, mas acabaríamos não tendo um efeito tão interessante em termos de retorno para a imagem do clube e de satisfação do torcedor", avaliou Daniel Imai.

Termômetro
A empolgação do torcedor atleticano com o centenário, principalmente no início do ano, alavancou as vendas de produtos esportivos do clube. A coleção 2008 e as camisetas comemorativas do centenário, a chamada linha retrô, foram lançadas, respectivamente, nos dias 19 de fevereiro e 29 de maio. Só no período dos dois lançamentos, segundo o departamento de marketing, foram vendidas cerca de 95 mil camisas.

"A vendagem de camisas é um termômetro do animo da torcida e da satisfação dela com o clube. Os resultados, nesse ponto, impactam o resultado comercial da operação. No primeiro semestre, nós tivemos um período de três meses, um total de venda de camisas praticamente igual a todo o ano passado", ressaltou Daniel Imai.

Um levantamento feito pelo departamento de marketing do clube registra queda de vendas de camisa justamente nos piores momentos na equipe no ano. Em maio, após a perda do Campeonato Mineiro, e em julho, mês das goleadas para Botafogo e Vasco, saída do técnico Alexandre Gallo e aproximação da zona de rebaixamento, as vendas caíram vertiginosamente.

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