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3 de set. de 2008

Estudo brasileiro alerta para riscos de sediar Olimpíada

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou nesta quarta-feira o estudo "Leitura econômica dos Jogos Olímpicos: financiamento, organização e resultados". Na conclusão, o texto aponta que "investir na cidade (e região) - e não no evento - é algo que deve ser colocado como prioridade na hora de formular uma proposta de candidatura para sediar um evento desse porte".

Apesar de não citar especificamente a candidatura Rio 2016, o estudo da fundação pública vinculada ao governo federal reitera que tem a intenção de ajudar nos "problemas e dilemas que devem ser considerados no processo de elaboração e validação de uma candidatura brasileira".

A cidade brasileira está entre as finalistas do processo seletivo para a edição posterior a Londres 2012 e concorre com Chicago, Tóquio e Madri. A vencedora será conhecida em outubro do ano que vem. Após o contato do Terra, a assessoria do Rio 2016 disse que ainda não tem uma posição sobre o estudo.

O texto do Ipea expõe riscos para quem planeja receber os Jogos. "Investir na construção de um estádio olímpico pode, por exemplo, tornar necessário que se adie a construção de um hospital ou impedir que o governo eleve os salários dos professores da rede pública", diz.

Segundo o próprio Ipea, sua função é fornecer suporte técnico e institucional às ações de política pública e desenvolvimento. Seus relatórios divulgam resultados de estudos feitos. O exemplar divulgado nesta quarta-feira faz um balanço das últimas cinco edições da Olimpíada: Barcelona 1992, Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008.

Segundo o estudo, diante do panorama encontrado após a análise, o ponto mais crítico do debate econômico é a questão do financiamento. O modelo mais comum é o que o Estado assume a função da alocação dos recursos. "As receitas com o marketing olímpico podem pagar a conta da festa, mas não pagam a construção dos locais da festa, nem o suporte logístico", alerta o texto.

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