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29 de out. de 2008

A bordo de empilhadeiras, mulheres admitem "F-1 machista"

Dificilmente se vê uma mulher em categorias de automobilismo. Apontado muitas vezes como "coisa para homem", o esporte a motor surpreende quando tem toques femininos. Às vésperas do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, o circuito de Interlagos tem a convivência de mecânicos e pilotos com três mulheres em especial que "não ligam para olhares".

Sônia Regina Nieblas, 45 anos, Heloísa Ferreira Pires, 48 anos, e Maria Batista da Silva, 33 anos, dirigem as empilhadeiras que carregam e descarregam material nos boxes das escuderias. De lá para cá a todo instante, elas garantem: ainda há machismo no meio da velocidade.


"Não sofremos com preconceito, mas percebemos que há um machismo, sim. Mas, para mim, aqui é uma divisão de espaço, homens e mulheres que trabalham juntos apenas", destaca Sônia, que faz o mesmo trabalho há três anos e meio e, apesar de confessadamente não ser muito fã de Fórmula 1, adora a movimentação.

Para Heloísa, o fato de uma mulher fazer o que fazem geralmente os homens é bom para o ego feminino. "Ontem, uma menina passou de carro, olhou e disse 'é isso, aí, menina'. Eu me sinto muito bem, não ligo para olhares", afirmou.

Apesar de reforçar que não há discriminação propriamente, Maria também admitiu que existe machismo na F-1. "Mas ninguém fala, todo mundo respeita", acrescenta ela, há cinco anos responsável por pilotar empilhadeiras em Interlagos.

Quando o assunto é a prova do próximo domingo, elas são unânimes ao apontar o favorito. "Massa tem que ganhar", dizem. Com maior empolgação que as outras, Heloísa assegura que acompanha as etapas sempre que pode. "Eu acompanho. Enquanto a corrida não termina, eu não saio da frente da tevê", diz.

No próximo domingo, elas receberão os últimos "olhares". Logo após a realização da prova, que terá acompanhamento do Terra às 15h (de Brasília), as empilhadeiras voltam a disputar espaço nos boxes para que a Fórmula 1 dê adeus ao ano e, conseqüentemente, até logo ao Brasil.

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