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20 de nov. de 2008

Cristiano Ronaldo no DF: escondido no hotel e sumido dentro de campo

Cristiano Ronaldo fez tudo para se esconder em Brasília. Acabou sumindo também em campo, com atuação apagada na goleada do Brasil por 6 a 2 sobre Portugal, quarta-feira, no Bezerrão. Desde que pisou no Distrito Federal, segunda à noite, o craque evitou o contato com torcedores e ficou entocado no hotel Kubitschek Plaza. Poucos tiveram a sorte de encontrar e falar com o ídolo. Muitos ficaram na porta da concentração e só viram o camisa 7 por alguns minutos, entrando e saindo do prédio.


O atacante ficou na suíte 1502, que custa R$ 600 a diária. O jogador ocupou sozinho o quarto. A delegação portuguesa reservou dois andares (14o e 15o) e ainda utilizou as três salas da cobertura para alimentação, exercícios e reuniões entre jogadores e o técnico Carlos Queiroz. Nas refeições, Ronaldo comia mais rápido que os companheiros e depois descia sozinho.

- Ele era a estrela. Comia e saía rápido. Mas não era marrento não, era tranqüilo. Alguns funcionários conseguiram tirar fotos com ele – diz o garçom Damião Queiroz.

O que chamou mais a atenção da equipe que serviu os portugueses foi o cardápio. O prato principal era picanha grelhada, consumida sem miséria pelos lusitanos.

- O normal é frango, peixe. Nunca vi tanta carne antes de um jogo! Por isso eles perderam, estavam de “bucho” cheio – brinca Peterson Brilhante, técnico de áudio-visual que trabalhou na instalação de equipamentos na cobertura.

Deco foi eleito pelos funcionários como o jogador mais simpático. O meia, brasileiro naturalizado português, costumava passear pelo hotel e foi visto várias vezes no saguão. Para retribuir o atendimento especial, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) distribuiu camisas para as pessoas que trabalharam na concentração.

Ídolo deixa fãs na mão
Na segunda-feira à noite, o Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek ficou lotado de torcedores com camisa de Portugal e do Manchester United, que queriam ver o desembarque do craque. Porém, a seleção lusa saiu direto da pista para o hotel. Foi a primeira frustração dos fãs de Ronaldo.

Na chegada ao hotel, por volta da meia-noite, cerca de 100 pessoas aguardavam a delegação. Elas tiveram que se contentar com uma passagem relâmpago do camisa 7: o atacante saiu rápido do ônibus, tropeçou, quase caiu, mas seguiu direto, sem autógrafos ou acenos para a torcida. No saguão do Kubitschek Plaza, dois fãs ainda conseguiram pegar autógrafos dele, que não quis dar entrevista.

Na terça, os jogadores fizeram exercícios físicos de manhã, na sala reservada na cobertura. Não havia aparelhos de ginástica. A comissão técnica apenas colocava toalhas no chão para os atletas alongarem. O acesso aos andares da seleção portuguesa era permitido somente aos membros da delegação e funcionários do hotel. Seguranças na porta do elevador não deixavam mais ninguém passar.

A saída para o treino estava prevista para as 17h, mas Cristiano Ronaldo e Carlos Queiroz foram antes para o Bezerrão por causa de uma entrevista coletiva. Os fãs ficaram na porta, mas o craque driblou todo mundo: saiu escondido, dentro de uma van, pela garagem. Mais frustração.

Aplausos e nada de passeio
No estádio, o camisa 7 foi muito aplaudido pela torcida. Após o treino, fez a alegria de algumas crianças, com fotos e autógrafos. Na chegada ao hotel, passou direto novamente, sem falar com os fãs.

No dia do jogo, quarta, Cristiano passou o dia entre o 15o andar e a cobertura. Não foi a outros setores do hotel, como Deco e Bruno Alves, que andaram pelo saguão e restaurante. Mas um torcedor conseguiu furar o bloqueio: Lucas, filho do ex-lateral-direito Paulo Roberto. O menino, que copia o estilo do craque no cabelo e nos brincos, subiu à cobertura de elevador e deu de cara com Ronaldo. Pediu uma foto e foi atendido.

- Eu disse que me chamam de Cristiano Ronaldo no Internacional (NR: Lucas joga nas divisões de base do Colorado) e ele brincou: “Você parece comigo mesmo!” – lembra o guri.

Na hora de ir para o jogo, às 19h30m, o camisa 7 não teve como sair escondido e foi ao lado dos outros companheiros. Quando ele apareceu no lado de fora do hotel, confusão. Cerca de 100 torcedores que o aguardavam conseguiram invadir o cordão de isolamento e cercaram o ídolo. Os seguranças tiveram dificuldades para colocá-lo dentro do ônibus. No veículo, Ronaldo foi simpático e brincou com as pessoas que gritavam pelo seu nome. Da janela, fez caretas e acenou. Para delírio das meninas, maioria na perseguição.

Em campo, o craque repetiu o que fez durante a passagem pela capital federal: sumiu. Ronaldo foi mal e Portugal levou de seis. Foi embora no ônibus direto para a pista do aeroporto. Saiu como chegou: escondido.

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