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11 de ago. de 2008

Brasil não toma conhecimento e atropela a Rússia nas Olimpíadas de Pequim

Nos Jogos Olímpicos de Pequim, Brasil e Rússia se encontraram pela primeira vez em 2008. Em um duelo repleto de história devido à grande rivalidade entre as equipes, a seleção brasileira mostrou que realmente está amadurecida e pronta para conquistar o inédito ouro olímpico. Depois de algumas quedas marcantes diante das russas, as brasileiras entraram agressivas nesta segunda-feira e venceram por 3 sets a 0, com parciais de 25/14, 25/14 e 25/16. Trauma de Atenas? Parece que não mais...

Com duas vitórias, somando quatro pontos, o Brasil lidera o Grupo B. Se vencer a Sérvia na madrugada da próxima quarta-feira (às 3h30m de Brasília), a seleção brasileira já se classifica para a fase seguinte. Isso porque as Olimpíadas consistem em quatro etapas: preliminar, quartas-de-final, semifinal e final. Na primeira fase, as seis equipes de cada grupo se enfrentam entre si. As quatro primeiras de cada chave vão à próxima etapa. A partir das quartas, os confrontos passam a ser eliminatórios até a decisão da medalha de ouro. Os perdedores das semifinais enfrentam-se na disputa pelo bronze.

Nada de vingança ou trauma: só a vitória
Sobre o trauma em 2004, foram as russas quem impediram as brasileiras de chegarem à final. Até hoje, a fatídica semifinal lembrada pelo ‘famoso 24 a 19’ atormenta a seleção brasileira. Além disso, em 2006, no Campeonato Mundial, a Rússia entrou no caminho do Brasil e abocanhou o ouro. Em 2007, no Grand Prix, mais uma vez as ‘gigantes’. Esta derrota, no entanto, foi a gota d’água para o técnico José Roberto Guimarães. Na ocasião, aos berros, ele perguntou para as suas jogadoras até quando elas iriam se intimidar. Parece que, com a convincente vitória desta segunda, essa história acabou.

A seleção feminina do Brasil manteve boa parte da base das Olimpíadas de Atenas para buscar o inédito, e tão almejado, ouro em Pequim. Para o jogo contra a Rússia o técnico Zé Roberto listou a levantadora Fofão, a oposta Sheilla, as ponteiras Paula Pequeno e Mari, as centrais Fabiana e Walewska, além da líbero Fabi. Embaladas pela conquista do heptacampeonato do Grand Prix, as meninas deram um show.

Rússia não ameaça em nenhum set
Conhecidas como ‘gigantes’, o primeiro ponto das jogadoras da Rússia foi de bloqueio. O momento assustou: a muralha vai parar o Brasil? Mas o susto durou pouco... A seleção brasileira não se abalou com o toco e colocou seu jogo em quadra. Bem na defesa, elas souberam usar o fundamento como a principal arma. Além disso, Fofão, a mais experiente da equipe, fez o possível para tirar o seu ataque do bloqueio russo. O Brasil esteve a frente do marcador durante todo o primeiro set, chegando a colocar seis pontos de vantagem: 17 a 11.

Fofão, uma das principais jogadoras em quadra, sobe no bloqueio com a central Fabiana
Uma linda largada de Sheilla deu o 18º ponto para a seleção. Após uma virada pelo meio de Fabiana, o técnico da Rússia Giovanni Caprara tirou Gamova do jogo. Em resposta, Zé Roberto pôs Sassá para sacar. Bom para o Brasil, que chegou a 20. Administrando a boa vantagem, a seleção venceu por 25 a 14.


No segundo set, as russas voltaram mais atentas e saíram na dianteira. Chegaram a pôr 3 a 1 no placar. Porém, o Brasil se recuperou e virou para 5 a 3. No primeiro tempo técnico obrigatório, a seleção saiu na frente em 8 a 6. Na volta à quadra o jogo passou a ser muito equilibrado, com as equipes se revezando no marcador. Uma linda jogada mostrou como está o espírito do grupo: sincronizado. Após um bloqueio brasileiro, a bola voltou fácil para o contra-ataque. Mari atacou fraco na ponta para explorar e defender. Fofão levantou no meio e Fabiana cravou.

A seleção continuou dando um show. Quando não usava o meio, Fofão tinha Sheilla na saída e Paula Pequeno pela ponta. De 10 a 9, o Brasil avançou para 16 a 11. Sentindo o bom momento do Brasil, a Rússia começou a errar muito e Caprara parou o jogo para acalmar suas jogadoras. Não adiantou... A vantagem brasileira foi para oito pontos, 19 a 11. Sassá entrou em quadra e, com um ace, deixou suas companheiras mais próximas da vitória no período. Outro ace, dessa vez de Sheilla, foi o set point. E foi ela quem finalizou com um ataque. De novo, 25 a 14.

O Brasil continuou dando um passeio na Rússia no terceiro set. Sem perder a frente do placar, Fofão orquestrou muito bem o ataque brasileiro. Pelo outro lado, o técnico da Rússia foi à loucura com a sua levantadora Sheshenina, que não tirava as bolas do bloqueio da seleção brasileira. Com 20 a 11, Paula Pequeno deu lugar a Jaqueline. Na seqüência, Thaisa entrou. Pela primeira vez na partida, as russas chegaram ao 15º ponto, mas já sabiam que não tinham mais chances, pois era match point para o Brasil. E em uma largadinha no fundo da quadra da novata meio-de-rede, as brasileiras fecharam em 25 a 16.

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