TVGolo.com - Novos Golos

5 de ago. de 2008

Para ministro, maior adversário por 2016 é o próprio Rio

O ministro dos Esportes, Orlando Silva Junior, é um dos que trabalham nos bastidores em Pequim para promover a candidatura do Rio de Janeiro para os Jogos de 2016. Representa o governo brasileiro antes da chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apóia o Comitê Olímpico Brasileiro na busca pelo sonho de receber uma Olimpíada. Em entrevista ao Terra, nesta segunda-feira, o ministro apontou o principal obstáculo.

"Eu diria que o principal adversário do Rio de Janeiro é o Rio de Janeiro. Temos que demonstrar para o mundo que fazer no Rio tem uma repercussão maior dos ideais olímpicos. É fazer com que a assembléia do COI pare e reflita: Chicago, Madri, Tóquio e Rio de Janeiro? Muitas dessas cidades já possuem infra-estrutura urbana, instalações esportivas, tradição no movimento olímpico. O Rio terá uma oportunidade de transformação única, a juventude vai se mirar no esporte como nunca. Aposto muito no que vai ficar no Brasil depois de 2016", disse.


No último dia 4 de julho, o Rio de Janeiro avançou como finalista pela disputa da Olimpíada posterior a Londres 2012. Chicago (EUA), Madri (Espanha) e Tóquio (Japão) são as outras cidades no páreo, enquanto Doha (Catar), Praga (República Checa) e Baku (Azerbaijão) foram eliminadas. O anúncio oficial da cidade-sede de 2016 por parte do Comitê Olímpico Internacional (COI) será realizado no dia 2 de outubro de 2009.

"A campanha tem um foco, que se dá sobre quem vota: 115 eleitores do Comitê Olímpico Internacional. Nosso contato é direcionado a estas pessoas. Todo momento que temos a oportunidade de encontrar um membro do COI, nós conversamos. Muitos estiveram no Rio de Janeiro durante o Pan e a maioria se surpreendeu com a eficiência dos serviços. Apontamos para eles que a Olimpíada é boa para o futuro do esporte brasileiro", declarou.

Esta é a terceira vez que a cidade brasileira tenta sediar os Jogos e a primeira vez que fica entre as finalistas. Antes dessa tentativa, o Rio de Janeiro foi derrotado em 2004, quando Atenas venceu a disputa, e em 2012, para a cidade inglesa de Londres. Os trunfos da nova chance são o know-how adquirido após a organização dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e a exposição do País na Copa do Mundo de futebol em 2014.

"Primeiro é preciso antecipar ao máximo o planejamento. Os chineses são precisos nesse esforço, cuidam de tudo no mínimo detalhe e isso é uma lição importante. Segundo é valorizar o que se tem de melhor em cada nação. O Brasil tem uma criatividade enorme, é um povo muito afável. Essa magia do povo brasileiro é um diferencial importante. Temos que pensar no que fica depois dos Jogos. Na China, o sistema de metrô de Pequim teve um salto muito importante. Creio que o Brasil vai ter que pensar na infra-estrutura do Rio de Janeiro", lembrou o ministro.

Um dos maiores cabos eleitorais é João Havelange, ex-presidente da Fifa e membro-executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI). Influente, o cartola foi presidente da entidade máxima do futebol por 24 anos (entre 1974 e 1998). O próximo convidado para a candidatura deve será o escritor Paulo Coelho, que já ajudou a promover a vitoriosa empreitada do Brasil para organizar a Copa do Mundo de 2014.

0 comentários: