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21 de ago. de 2008

Brasil domina, não marca e entrega ouro aos EUA

Mais de 51 mil pessoas assistiram a um jogo que parecia uma repetição da final feminina do torneio olímpico de futebol de Atenas 2004. Outra vez as norte-americanas acabaram com o sonho do ouro da Seleção Brasileira e derrotaram a equipe verde e amarela na prorrogação da decisão dos Jogos de Pequim por 1 a 0, garantindo a medalha dourada. As brasileiras tiveram mais toque de bola, mais volume de jogo, mas não conseguiram balançar as redes dos EUA e ficaram novamente com a prata.


Os números mostram que o volume de jogo brasileiro foi superior ao das norte-americanas. 60% da posse de bola para o Brasil, contra 40% dos Estados Unidos. No ataque, mais finalizações da equipe verde e amarela: 13 contra 11. Foram 15 escanteios brasileiros, enquanto os EUA tiveram apenas três tiros de canto. Na defesa, mais domínio do Brasil. 40 desarmes contra 22 das adversárias.

Com o triunfo, os Estados Unidos sobem ao lugar mais alto do pódio em Olimpíada pela terceira vez na história. Os outros ouros vieram em Atlanta 1996 e há quatro anos, na Grécia. Na ocasião, em 2004, as norte-americanas venceram por 2 a 1, também na prorrogação, com um gol na morte súbita após os 90 minutos do tempo normal.

Em Pequim, a Seleção havia conseguido espantar o primeiro fantasma na semifinal: as alemãs. As européias derrotaram o Brasil na final do Mundial do ano passado. No entanto, faltavam as norte-americanas e, após um 0 a 0 no tempo normal, a equipe dos EUA conseguiu sair na frente do marcador, segurar o jogo e garantir o ouro.

Se na partida entre a Seleção Brasileira masculina e a Argentina Fabio Capello, técnico da Inglaterra, e Diego Armando Maradona assistiram ao jogo, outras estrelas do esporte marcaram presença nesta quinta-feira para ver as meninas do futebol.

Além de Kobe Bryant, astro da NBA que também esteve na partida da equipe de Dunga, ninguém menos que Pelé presenciou a derrota brasileira. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jaqcues Rogge, também fizeram questão de comparecer à decisão das meninas.

Mesmo com duas das melhores jogadoras do mundo dentro de campo, a Seleção não conseguiu um resultado positivo. Marta e Cristiane, eleitas pela Fifa a primeira e a terceira jogadora mais completa do mundo, respectivamente, foram as atletas que mais se emocionaram. A camisa 10 chegou a lacrimejar ainda durante a partida.

Ao contrário de 2004, desta vez a seleção dos EUA tinha jogadoras menos experientes. A equipe passou por uma reformulação nos últimos quatro anos até chegar à equipe atual, campeã olimpíca em Pequim.
O jogo
Na primeira etapa as duas equipes não criaram boas chances de gol. Muitos erros nos passes e um primeiro tempo fraco tecnicamente. Algo raro em confrontos entre brasileiras e norte-americanas no futebol.

Já no segundo tempo, a equipe verde e amarela decidiu partir para cima das adversárias. No entanto, as principais estrelas da Seleção, Marta e Cristiane, estavam muito bem marcadas pelas adversárias e não conseguiam trabalhar individualmente.

Os erros de passe continuaram e Marta insistia em tentar resolver sozinha. Mas o domínio era brasileiro e, se não fosse a goleira Hope Solo, a camisa 10 teria marcado um gol de placa. A jogadora dominou dentro da área, se livrou de duas marcadoras e chutou forte, para linda defesa da camisa 1 norte-americana.

Alguns minutos depois foi a vez da goleira Bárbara salvar o Brasil. A bola sobrou para Hucles no meio da área. A jogador chutou forte e rasteiro, mas a arqueira da Seleção caiu bonito para impedir o gol norte-americano.

Já nos acréscimos, os EUA tiveram a chance do jogo. Rodriguez avançou pelo meio e, cara a cara com Bárbara, tentou por cobertura e desperdiçou a última chance em tempo normal. A partida seria decidida na prorrogação.

Assim como terminou os últimos 45 minutos, a Seleção caiu de produção no início da prorrogação e, logo aos 6min, sofreu o baque. Os Estados Unidos abriam o placar. Lloyd recebeu na esquerda, ajeitou e chutou forte no canto esquerdo de Bárbara, sem chances para a arqueira brasileira.
O time do Brasil ficou apático após o gol e não conseguiu reagir, perdendo mais uma vez para os Estados Unidos em uma final olímpica.

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