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21 de ago. de 2008

Brasil supera trauma de final, vence a China e decide o ouro

Depois de quatro tentativas frustradas, o Brasil finalmente superou o trauma de semifinais de Jogos Olímpicos. Nesta quinta-feira, no Ginásio Capital, a equipe feminina derrotou a China por 3 sets a 0, com parciais de 27-25, 25-22 e 25-14, e se classificou pela primeira vez para uma decisão olímpica no vôlei.

Na final do campeonato, às 9h do próximo sábado (horário de Brasília), a equipe do técnico José Roberto Guimarães vai enfrentar os Estados Unidos. China e Cuba vão jogar pela medalha de bronze.

Desde os Jogos de Barcelona-1992, o Brasil bate na trave da final olímpica. Na Espanha, a seleção ficou em quarto lugar, depois de perder a semifinal para a CEI (Comunidade dos Estados Independentes, que reunia as ex-repúblicas soviéticas). Em Atlanta-1996 e Sydney-2000, o time perdeu para Cuba nas semifinais e acabou com o bronze. Já em Atenas-2004, o Brasil caiu em uma semifinal histórica contra a Rússia, levando a virada depois de estar vencendo por 24-19 no quarto set. Na ocasião, a equipe também era dirigida por José Roberto Guimarães.

Nesta quinta-feira, o Brasil fez uma exibição de gala para chegar à final. A seleção literalmente calou o Ginásio Capital, que se pintou de vermelho para ver as donas da casa, campeãs no vôlei feminino em Atenas.

O time brasileiro começou o jogo nervoso. Um ataque errado de Mari fez a China abrir 5-1 de vantagem, e o técnico José Roberto Guimarães pedir tempo. Após a conversa, a seleção se encontrou, diminuindo a diferença.

"O time entrou um pouco ansioso, mas isso faz parte. A gente não tinha sentido ainda esta pressão", disse a líbero Fabi.

O Brasil, entretanto, pecava muito na cobertura do bloqueio. Mesmo assim, conseguiu empatar em 12-12 em um lance estranho, com um ponto de manchete de Mari, contando com a colaboração da defesa chinesa.

A seleção só assumiu a liderança após o segundo tempo técnico. Um ace de Walewska fez 18-17. Na seqüência, Sheilla explorou o bloqueio e aumentou a diferença. A China reagiu e empatou de novo (22-22).

A parcial seguiu equilibrada até que Sheilla, que não estava bem na partida, explorou bem o bloqueio adversário para fazer 27-25, em 28 minutos, para delírio do banco de reservas, que comemorou como se fosse um gol.

A vitória animou o Brasil, que com uma bola de segunda da levantadora Fofão abriu logo três pontos de vantagem (6-3). O time seguiu controlando o jogo, mas perdeu um pouco do ritmo na parcial.

A China, com ataques fortes e velozes, passou à frente com um bloqueio de Ma sobre Paula Pequeno. Mas o Brasil, mais uma vez, manteve a cabeça no lugar. Um ataque de Sheilla e um ace de Fofão retomaram a vantagem (22-20). As chinesas ficaram nervosas e cometeram dois erros seguidos. E foi com outro erro, no saque de Zhou, que o Brasil fechou o set em 25-22, em 24 minutos.

O terceiro set foi um passeio. O Brasil marcou os três primeiros pontos, diminuindo ainda mais o poder de reação das chinesas. Com ataques certeiros de Mari e Sheilla e um desempenho brilhante da defesa, a seleção fez logo 8-2.

A equipe brasileira manteve a seriedade até o final. E ganhou o jogo até com certa tranqüilidade. Dois aces de Jaqueline definiram a parcial em fáceis 25 a 14, para delírio das jogadoras e da comissão técnica, que se abraçaram na quadra.

"É uma alegria imensa saber que o trabalho desses quatro anos deu resultado", comemorou a meio-de-rede Fabiana. "Todo mundo tem um guerreiro dentro de si, um Deus, uma fé. Duvido que tenha um time que trabalhou mais que a gente", completou a ponta Mari.

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